Até 2050, estima-se que metade da população mundial terá miopia, segundo a Academia Americana de Oftalmologia (AAO). A prevalência desse distúrbio visual, caracterizado pela dificuldade em enxergar à distância, tem sido atribuída ao uso excessivo de telas digitais, como celulares e televisores, especialmente por crianças e adolescentes.
Os jovens são os mais afetados, com cerca de 20% dos estudantes sendo diagnosticados com problemas visuais. No Brasil, o número de prescrições de óculos por oftalmologistas para crianças de 6 a 8 anos triplicou nos últimos cinco anos.
A miopia pode acarretar dificuldades no ambiente escolar, como enxergar o quadro, placas de trânsito ou letreiros de ônibus, além de assistir TV. A médica oftalmologista Fabíola Marazato destaca que tudo o que estiver distante pode se tornar mais difícil de ser visualizado.
É importante também mencionar a síndrome do pescoço de texto, conhecida como tech neck, que requer cuidados especiais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a miopia um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo. A taxa de incidência dessa condição aumenta significativamente ao longo dos anos: cerca de 1% das crianças até os cinco anos são afetadas, enquanto aos 10 anos esse número chega a 8% e, aos 15 anos, a 15%.
Para prevenir o problema, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam que os pais incentivem seus filhos a olharem para o horizonte, por meio de brincadeiras. Além disso, é essencial evitar a exposição de crianças menores de dois anos a telas digitais.
Quanto às crianças de 5 anos, o tempo máximo de exposição diária deve ser limitado a uma hora. Para aquelas com idade entre 6 e 10 anos, o limite é de duas horas, enquanto os adolescentes devem ser expostos a no máximo três horas diárias.